Bounty

b




O primeiro videoclipe traz uma música completa, chamado apenas de b. A canção foi lançada na iTunes Store (o que afirmava iamamiwhoami como uma artista musical e não um projeto cinematográfico como alguns pensavam).
Envolvida por plástico, com cabelos loiros e olhos bem azuis, a protagonista está em uma cabana tocando um instrumento similar a um piano. A mulher gira uma ampulheta, o gato emite o som de uma cabra e a música começa.

Teorias sobre o vídeo envolvem a síndrome de Stendhal (leia mais aqui).
Tanto a imagem quanto o som do vídeo trazem a ideia de algo surreal. A vocalista canta com efeitos na voz, dando a impressão de que a música foge da realidade. O efeito da câmera mostra imagens distorcidas, maiores em algumas partes e menores em outras.
Juntos, esses efeitos sonoros e visuais dão a impressão de que o vídeo é um sonho, uma alucinação. Por que não uma crise da síndrome de Stendhal induzida?
A lenda da mandrágora diz que a planta possui, entre vários outros poderes, propriedades alucinógenas. Tal como uma droga, os três homens usam a mandrágora para entrar em transe e obter sensações extraordinárias que apenas uma forma artística extremamente bela (a música da mandrágora) poderia proporcionar.



A imagem distorcida não é apenas um detalhe estético.
A intenção é mostrar que os homens estão em um transe provocado pela mandrágora, transportando-se para um mundo surreal.
O erro dos homens é achar que a mandrágora é apenas uma droga inerte e sem vida que não se importaria ao ser usada e explorada. 
A mandrágora é um ser vivo, tão vivo que teve que ser aprisionada. Envolvida por plástico (um produto sintético, totalmente oposto à origem da mulher-planta), ela é obrigada a servir aos homens. A ampulheta é o cronômetro que marca quando a mandrágora deve parar de cantar para que não deixe sequelas nos homens. Totalmente dominada, ela obedece.


A ampulheta marca o tempo da música, como a marcação da dosagem de uma droga.
Se usada em excesso, a habilidade alucinógena da mandrágora pode causar danos. Se nos preludes os vídeos seguiam fielmente os elementos da lenda da mandrágora, a partir de B vemos novos elementos: Misturando as lendas medievais com outros mitologias, Jonna e Claes usam sua liberdade criativa para criar seu próprio mundo e recontar a história da mandrágora da sua própria maneira.


No quarto há um berço vazio, que remete mais uma vez à ideia de nascimento. Para alguns, essa ideia de nascimento se refere ao surgimento de uma nova artista. Se a mandrágora está coberta e aprisionado pelo plástico, talvez Jonna também se sentisse presa antes do projeto, como se vestisse algo que não mostrasse quem ela realmente desejasse ser.
Voltando ao enredo da história, lembrem que a mandrágora é uma planta que traz fertilidade. Algum dos homens que a aprisionou pode querer um herdeiro e para isso pretende usá-la.

Acima do berço há um móbile com runas nórdicas, que são símbolos de nascimento, gestação e fertilidade. Coincidência?


Leia mais sobre as runas aqui
Por: Paulo Pinheiro